Iniciativa acontece há cinco anos em São Paulo e espera transformar o modelo de consumo por meio do trabalho colaborativo

Há cinco anos, em São Paulo, um grupo de pessoas inconformadas resolveu fazer alguma coisa em prol da redução do consumo. Mas o que aconteceu foi mais que isso. Desenvolveram uma metodologia de troca que permite a inclusão social, a prática do verdadeiro desapego e o trabalho em equipe.

A Butique Sustentável ganhou esse nome para mostrar que ser sustentável não é ser verde nem chato. Mas ser chique. É estar na moda, em alta, e que não precisa ser rico para isso. Em cada edição, o encontro permite que diversas mulheres troquem entre si não apenas roupas, mas experiências, angustias, energias, sem panelinha de mocinha com mocinha, magrinha com magrinha. O encontro tem como público mulheres de todas as idades, tamanhos e estilos, pois a diversidade é que o torna especial e diferenciado.

Como metodologia, a intenção é que seja aplicada e replicada em diversos lugares. “Ninguém é dona do evento. O trabalho em equipe existe desde a pré-produção até a desmontagem, e cada uma contribui da forma que pode, pois acreditam nos valores que estamos espalhando: a mudança da sua relação com a roupa, não como objeto de consumo, mas como expressão da sua personalidade”, diz Luciana Sonck, criadora da Butique Sustentável.

Para que essa mudança fosse verdadeira, a metodologia buscou evitar os modelos de troca “peça por peça” ou de “monetização das roupas”, ou seja, de atribuir a elas um valor em fichas ou moedas de troca, evitando assim que as pessoas voltassem a uma relação de “compra” com as roupas.

Para quem participa, funciona assim: você separa na sua casa as roupas e acessórios que não quer mais (porque você não gosta, porque não te servem, porque ganhou de alguém que não gosta, enfim), etiqueta em cada peça um papel onde as pessoas possam escrever seus nomes e entrega num ponto de coleta determinado. No dia da Butique você chegará e tudo estará montado para você experimentar e colocar seu nome nas peças que gosta. Ao final, o que tiver só o seu nome, já é seu. Mas o que tiver dois ou mais, é sorteado. Cada peça pode conter até quatro nomes.

Mas para quem organiza funciona de outro jeito. “Nós mobilizamos uma equipe de voluntários que se candidatam a diversas funções: ser ponto de coleta, levar as roupas para o local do encontro, realizar a triagem do que está em bom estado, montar araras, organizar a música que será tocada no dia, divulgar nas redes sociais, enfim. Formamos um time de colaboradores”, diz Raquel Leite, organizadora e participante ativa desde o começo do projeto.

A Butique Sustentável está na sua 10ª edição, e para comemorar, prepararam uma sessão de fotos que prova que “Roupa de troca não tem cara de brechó”, como reforça Luciana, que você pode conferir aqui (https://www.facebook.com/butiquesustentavel/photos_stream?tab=photos_albums).

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