A chamada economia compartilhada parece estar ganhando cada vez mais força e voz nos EUA. John Zimmer, CEO da Lyft, fez uma declaração que para muitos pode ser bombástica. Em sua previsão para os próximos dez anos, o executivo diz que as pessoas não terão mais carros.

Antes de chegar a essa revolução no transporte, Zimmer prevê que em 2020, metade das corridas feitas pelo seu serviço de transporte por aplicativo – que recebeu a injeção de US$ 500 milhões da GM por 10% das ações – será executado por carros com condução autônoma.

O próprio serviço com carros guiados por motoristas já produz um impacto grande na vida das pessoas nas cidades, mas o carro autônomo será a segunda revolução. Por fim, a terceira é exatamente a não propriedade do automóvel. O que Zimmer diz não é exatamente loucura, tanto que alguns fabricantes já estão prevendo esse movimento, inclusive a própria GM.

 

A economia compartilhada, onde a propriedade é dividida através do uso do bem e não de sua aquisição individual, é uma proposta para o futuro do transporte urbano, seja pessoal ou coletivo. Zimmer diz que esses serviços serão executados por empresas como a Lyft, por exemplo. Ele alega que o automóvel é utilizado apenas 4% do tempo e os 96% restantes fica estacionado.

Os custos inerentes ao automóvel seriam cortados, tais como aquisição, manutenção, seguro, combustível e estacionamento, por exemplo, isso sem contar prováveis multas de trânsito. Em seu lugar, as pessoas pagariam apenas pelo tempo de uso do transporte, sem nenhum vínculo além disso.

John Zimmer diz que o impacto na vida urbana será enorme, pois acredita que mais espaços serão dedicados às pessoas, hoje ocupados por estacionamentos para automóveis. Ele acredita numa redução substancial do número de automóveis nas ruas. O chefe da Lyft diz que nos EUA, o desinteresse pelo automóvel vem aumentando ano após ano. O número de pessoas sem habilitação cresce cada vez mais.

Mas, ainda assim, empresas do setor, como a GM, acreditam que mesmo com produção e vendas de automóveis para serviços de compartilhamento ou transporte por aplicativo, como Lyft e Uber, por exemplo, haverá ainda uma boa parte dos consumidores querendo manter a propriedade sobre o automóvel. Pelo menos fora das grandes cidades, muitas pessoas precisarão de carros para se locomover ou levar cargas, tais como em zonas rurais. Por isso, nem todo mundo terá como se desfazer do carro.

[Fonte: Exame]